Bob Faria - Inclusive Futebol
Quem sou eu
- Nome: Bob
- Local: Brazil
Radialista e Comentarista de TV. (por profissão) Músico (por distração) Escritor(por pretensão) Estressado (por falta de tempo.)
16.3.07
14.3.07
A Arte está nos olhos de quem vê.
A gente já viu a cena um zilhão de vezes. O Ronaldinho Gaúcho caindo pelo lado esquerdo, hipnotizando os zagueiros com o movimento improvável das pernas, colando a bola na chuteira como quem se atira ao pescoço da mulher amada e deslizando em direção às redes.
O capricho da história não permitiu que a bola entrasse. Havia um vento de luva de goleiro tentando impedir a eternidade para a obra de arte. Tentando. Porque, na prática, o quadro já está pintado e vamos continuar a vê-lo para sempre. E em cada replay vamos torcer para que dessa vez a bola entre.
A arte do atacante se imortaliza na admiração. Enquanto houver gente sonhando em fazer esse tipo de coisa, a tela não perde as cores. Está impresso na alma. Entrou para o rol de preciosidades que se tornaram mais significativas pela injustiça da conclusão que pela objetividade do placar.
A lista é grande. Do tamanho do talento de quem a faz. Pelé, Garrincha, Romário, Zico, Ronaldo, Dirceu, Gérson, Rivelino e tantos outros. Até alguns que nasceram no lugar errado. Maradona, Platini, Zidane...
No distante 1993, ainda na preparação para a Copa do Mundo, era impressionante a ignorância dos norte-americanos em relação ao espírito do jogo. Mesmo durante a Copa era muito comum em conversas com amigos ianques o questionamento sobre a emoção do futebol.
“Mas corre-se o risco de passar o jogo inteiro, sem nenhum gol?”, perguntavam. “No score at all??!”. Pois é. “No score at all”. Ao contrário dos esportes que eles tanto amavam onde qualquer placar com menos de dois dígitos é absolutamente improvável.
O futebol por lá cresceu muito depois disso. Deixou até de ser brincadeira de menina e conquistou uma legião de fãs nativos. E por quê? Porque o Tio Sam viu o óbvio. A graça do futebol nem sempre está no “score”.
Está na poesia dos movimentos. Individuais, como os do Ronaldinho Gaúcho flutuando com a bola no pé, ou das equipes se espalhando como um organismo vivo e único pelo campo. Está na arte de agitar a emoção dos outros, mesmo que o objetivo frio da superação numérica não chegue.
Se os norte-americanos já aprenderam a enxergar os versos recitados numa bola caprichosa que não entra no gol para que passemos a eternidade tentando decifrar o que foi que aconteceu, tudo é possível.
Japoneses, coreanos, australianos, africanos, brasileiros, italianos, escoceses, russos, iraquianos, israelenses, gente de toda parte, de todo tipo. Todo mundo tem um coração batendo dentro do peito. Todo o mundo entende a língua do craque que fala com os pés.
E só esse jogo é capaz de transformar o “quase” em algo tão sublime quanto o tudo. Um belo gol inacabado é uma Vênus. Incompleta na forma, perfeita na essência.
O capricho da história não permitiu que a bola entrasse. Havia um vento de luva de goleiro tentando impedir a eternidade para a obra de arte. Tentando. Porque, na prática, o quadro já está pintado e vamos continuar a vê-lo para sempre. E em cada replay vamos torcer para que dessa vez a bola entre.
A arte do atacante se imortaliza na admiração. Enquanto houver gente sonhando em fazer esse tipo de coisa, a tela não perde as cores. Está impresso na alma. Entrou para o rol de preciosidades que se tornaram mais significativas pela injustiça da conclusão que pela objetividade do placar.
A lista é grande. Do tamanho do talento de quem a faz. Pelé, Garrincha, Romário, Zico, Ronaldo, Dirceu, Gérson, Rivelino e tantos outros. Até alguns que nasceram no lugar errado. Maradona, Platini, Zidane...
No distante 1993, ainda na preparação para a Copa do Mundo, era impressionante a ignorância dos norte-americanos em relação ao espírito do jogo. Mesmo durante a Copa era muito comum em conversas com amigos ianques o questionamento sobre a emoção do futebol.
“Mas corre-se o risco de passar o jogo inteiro, sem nenhum gol?”, perguntavam. “No score at all??!”. Pois é. “No score at all”. Ao contrário dos esportes que eles tanto amavam onde qualquer placar com menos de dois dígitos é absolutamente improvável.
O futebol por lá cresceu muito depois disso. Deixou até de ser brincadeira de menina e conquistou uma legião de fãs nativos. E por quê? Porque o Tio Sam viu o óbvio. A graça do futebol nem sempre está no “score”.
Está na poesia dos movimentos. Individuais, como os do Ronaldinho Gaúcho flutuando com a bola no pé, ou das equipes se espalhando como um organismo vivo e único pelo campo. Está na arte de agitar a emoção dos outros, mesmo que o objetivo frio da superação numérica não chegue.
Se os norte-americanos já aprenderam a enxergar os versos recitados numa bola caprichosa que não entra no gol para que passemos a eternidade tentando decifrar o que foi que aconteceu, tudo é possível.
Japoneses, coreanos, australianos, africanos, brasileiros, italianos, escoceses, russos, iraquianos, israelenses, gente de toda parte, de todo tipo. Todo mundo tem um coração batendo dentro do peito. Todo o mundo entende a língua do craque que fala com os pés.
E só esse jogo é capaz de transformar o “quase” em algo tão sublime quanto o tudo. Um belo gol inacabado é uma Vênus. Incompleta na forma, perfeita na essência.
19.2.07
Maldito Skindô!
Estamos no limbo. É um estado de torpor coletivo. É aquela semana em que o Brasil entra numa condição de hibernação intelectual e celebra a migração da massa cinzenta para os glúteos.
Dias de ditadura do praticum bum. Mas quando isso acabar, a vida ainda estará lá. Pelo menos a gente assim espera. No entanto, enquanto a luz não vem, não nos custa repensar o prólogo.
Como já disse, o ano ainda nem começou. Mas já tivemos grandes discussões. E houve o clássico. O jogo da redenção e da derrocada.
Neste, levou melhor o Atlético que acordou, pelo menos até o próximo jogo, da lombra das primeiras rodadas. Lombra que serviu para reafirmar a grande verdade do futebol: tudo é lindo na vitória. Tudo é torpe na derrota.
Resultado: a camisa 12 foi da euforia à fúria após três resultados ruins e voltou à tona após a vitória no Clássico. Movimentos da paixão. Se a gente entender perde a graça. E isso me faz refletir (o que mais há para se fazer sob a ditadura de momo?).
Há muito em comum entre o estado de percepção da felicidade durante os folguedos carnavalescos e o espetáculo de futebol. As duas manifestações são alegóricas. E como representação exagerada da idéia, ofuscam um lado enquanto exacerbam o outro.
Desfilemos pelas avenidas. É o momento em que a miséria do morro se transforma em purpurina e lantejoula. O sofrimento da guerra urbana toma forma de sorriso. A dor é desenhada como objeto de prazer e desejo.
O mundo está acabando? Vamos ficar todos pelados para terminarmos da mesma forma que começamos. Futebol faz a mesma coisa. O olho apaixonado não percebe dialética. Não se percebe o outro time. É proibido falar bem de um sem necessariamente falar mal do outro.
Por quê? Não são dois times jogando? Não faz muito sentido. Mas poucas coisas no universo fazem. Fato é que no devaneio da paixão – reflita e me diga se eu estiver errado – o torcedor não vê que elogiar o adversário não é a mesma coisa que ver defeito no seu time.
E da angústia da contradição nasce a pretensão da imparcialidade. Posso amar futebol e detestar Carnaval. Ou o contrário. Ou nada disso. Tudo é possível num mundo em que a fantasia é mais palpável que a realidade.
Quando a quarta-feira chegar, vamos sonhar com outra coisa. Um mundo melhor, talvez. Em que crianças não sejam arrastadas por assassinos e esporte seja fator de aproximação das pessoas, e não mais de incompreensão.
Dias de ditadura do praticum bum. Mas quando isso acabar, a vida ainda estará lá. Pelo menos a gente assim espera. No entanto, enquanto a luz não vem, não nos custa repensar o prólogo.
Como já disse, o ano ainda nem começou. Mas já tivemos grandes discussões. E houve o clássico. O jogo da redenção e da derrocada.
Neste, levou melhor o Atlético que acordou, pelo menos até o próximo jogo, da lombra das primeiras rodadas. Lombra que serviu para reafirmar a grande verdade do futebol: tudo é lindo na vitória. Tudo é torpe na derrota.
Resultado: a camisa 12 foi da euforia à fúria após três resultados ruins e voltou à tona após a vitória no Clássico. Movimentos da paixão. Se a gente entender perde a graça. E isso me faz refletir (o que mais há para se fazer sob a ditadura de momo?).
Há muito em comum entre o estado de percepção da felicidade durante os folguedos carnavalescos e o espetáculo de futebol. As duas manifestações são alegóricas. E como representação exagerada da idéia, ofuscam um lado enquanto exacerbam o outro.
Desfilemos pelas avenidas. É o momento em que a miséria do morro se transforma em purpurina e lantejoula. O sofrimento da guerra urbana toma forma de sorriso. A dor é desenhada como objeto de prazer e desejo.
O mundo está acabando? Vamos ficar todos pelados para terminarmos da mesma forma que começamos. Futebol faz a mesma coisa. O olho apaixonado não percebe dialética. Não se percebe o outro time. É proibido falar bem de um sem necessariamente falar mal do outro.
Por quê? Não são dois times jogando? Não faz muito sentido. Mas poucas coisas no universo fazem. Fato é que no devaneio da paixão – reflita e me diga se eu estiver errado – o torcedor não vê que elogiar o adversário não é a mesma coisa que ver defeito no seu time.
E da angústia da contradição nasce a pretensão da imparcialidade. Posso amar futebol e detestar Carnaval. Ou o contrário. Ou nada disso. Tudo é possível num mundo em que a fantasia é mais palpável que a realidade.
Quando a quarta-feira chegar, vamos sonhar com outra coisa. Um mundo melhor, talvez. Em que crianças não sejam arrastadas por assassinos e esporte seja fator de aproximação das pessoas, e não mais de incompreensão.
1.2.07
O Ódio.
O Ódio é uma manifestação assíncrona de Amor.
Amor e ódio são idênticos. Inclusive no fato de afetar muito mais quem sente do que quem é alvo.
O Ódio tortura mais que redime.
Think about it.
Amor e ódio são idênticos. Inclusive no fato de afetar muito mais quem sente do que quem é alvo.
O Ódio tortura mais que redime.
Think about it.
31.1.07
Olha o Primeiro Video Dos Schwings
O Áudio foi gravado ao Vivo na Utópica marcenaria. O vídeo é resultado de algumas insônias...