Bob Faria - Inclusive Futebol

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Local: Brazil

Radialista e Comentarista de TV. (por profissão) Músico (por distração) Escritor(por pretensão) Estressado (por falta de tempo.)

19.2.07

Maldito Skindô!

Estamos no limbo. É um estado de torpor coletivo. É aquela semana em que o Brasil entra numa condição de hibernação intelectual e celebra a migração da massa cinzenta para os glúteos.
Dias de ditadura do praticum bum. Mas quando isso acabar, a vida ainda estará lá. Pelo menos a gente assim espera. No entanto, enquanto a luz não vem, não nos custa repensar o prólogo.
Como já disse, o ano ainda nem começou. Mas já tivemos grandes discussões. E houve o clássico. O jogo da redenção e da derrocada.
Neste, levou melhor o Atlético que acordou, pelo menos até o próximo jogo, da lombra das primeiras rodadas. Lombra que serviu para reafirmar a grande verdade do futebol: tudo é lindo na vitória. Tudo é torpe na derrota.
Resultado: a camisa 12 foi da euforia à fúria após três resultados ruins e voltou à tona após a vitória no Clássico. Movimentos da paixão. Se a gente entender perde a graça. E isso me faz refletir (o que mais há para se fazer sob a ditadura de momo?).

Há muito em comum entre o estado de percepção da felicidade durante os folguedos carnavalescos e o espetáculo de futebol. As duas manifestações são alegóricas. E como representação exagerada da idéia, ofuscam um lado enquanto exacerbam o outro.

Desfilemos pelas avenidas. É o momento em que a miséria do morro se transforma em purpurina e lantejoula. O sofrimento da guerra urbana toma forma de sorriso. A dor é desenhada como objeto de prazer e desejo.

O mundo está acabando? Vamos ficar todos pelados para terminarmos da mesma forma que começamos. Futebol faz a mesma coisa. O olho apaixonado não percebe dialética. Não se percebe o outro time. É proibido falar bem de um sem necessariamente falar mal do outro.
Por quê? Não são dois times jogando? Não faz muito sentido. Mas poucas coisas no universo fazem. Fato é que no devaneio da paixão – reflita e me diga se eu estiver errado – o torcedor não vê que elogiar o adversário não é a mesma coisa que ver defeito no seu time.
E da angústia da contradição nasce a pretensão da imparcialidade. Posso amar futebol e detestar Carnaval. Ou o contrário. Ou nada disso. Tudo é possível num mundo em que a fantasia é mais palpável que a realidade.

Quando a quarta-feira chegar, vamos sonhar com outra coisa. Um mundo melhor, talvez. Em que crianças não sejam arrastadas por assassinos e esporte seja fator de aproximação das pessoas, e não mais de incompreensão.

1.2.07

O Ódio.

O Ódio é uma manifestação assíncrona de Amor.
Amor e ódio são idênticos. Inclusive no fato de afetar muito mais quem sente do que quem é alvo.
O Ódio tortura mais que redime.
Think about it.

As Fotos são do Ricardo Koctus...

As fotos que usei no vídeo são do Ricardo Koctus